terça-feira, 19 de abril de 2011

informação dos perigos na net

Quarteto detido faz revelações macabras sobre crime em cemitério.
Quatro pessoas foram detidas ontem acusadas do assassinato de uma adolescente em ritual macabro no cemitério do Bengui, em Belém, há cerca de um mês. Policiais civis da Divisão de Homicídios e da Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data) detiveram Ezequiel Abreu Calado, 19 anos, conhecido como "Bloody" (Sanguinário); sua namorada Nancy Danielly da Silva Amorim, de 19 anos; um adolescente de 15 anos e uma de 16. Os quatro faziam parte de um grupo gótico e, segundo a polícia, ao que tudo indica, assassinaram uma adolescente homossexual para um ritual de "vampirismo", que incluiu agressões com uma cruz, mordida no braço da vítima e tentativa de beber o sangue dela.
Nas primeiras horas da tarde de ontem, policiais foram aos bairros do Bengui e de Nazaré para realizar as prisões. Ezequiel, líder do grupo gótico "Dark", e os adolescentes foram detidos, cada um na sua própria casa, no loteamento Jardim Alvorada. No mesmo momento, por volta das 15 horas, Nancy foi presa em um colégio particular na avenida Alcindo Cacela, no bairro de Nazaré. Todos foram levados à Delegacia Geral. Lá, Ezequiel e Nancy foram ouvidos pelos delegados Eduardo Rollo e Adelino Souza, da Divisão de Homicídios, já na condição de indiciados, e colocados à disposição do Sistema Penitenciário. Os dois já haviam prestado depoimento na Delegacia do Bengui, poucos dias após o crime, ocorrido no dia 20 de julho. Da Delegacia Geral, os adolescentes foram encaminhados à Data, onde foram ouvidos pela delegada diretora da divisão, Socorro Maciel, e também pela promotoria de infância e juventude. Em seguida, eles ficarão sob a responsabilidade da Fundação da Criança e Adolescente do Pará (Funcap).
As prisões e apreensões foram possíveis a partir do mandado judicial expedido ainda no início da tarde de ontem pelo juiz Heyder Tavares da Silva Ferreira. Junto ao mandado de prisão temporária por 30 dias para os adultos e de apreensão dos adolescentes, também foram expedidos mandados de busca e apreensão em todas as casas. Os policiais apreenderam vários materiais na casa de todos os acusados, como algemas de brinquedo, máscaras de monstro, aparelhos celulares, agendas, computadores, cartas, documentos e até um filhote de bode de pelúcia, que pode ter relação com os supostos rituais satânicos praticados.
Suspeitos provaram, mas não tomaram sangue
Durante a apresentação, diante do delegado Neyvaldo Costa, diretor de polícia especializada da Polícia Civil, Nancy contou detalhes de como a adolescente foi morta no cemitério. Embora não estivesse lá - o ato foi feito pelos outros três acusados -, ela participou da reunião de planejamento e ficou sabendo de tudo que ocorreu depois. Segundo Nancy, a vítima foi cortada no pescoço com lajotas soltas e foi espancada na cabeça com uma cruz, ambos os objetos retirados de sepulturas do Cemitério do Bengui. De acordo com ela, ninguém chegou a beber o sangue da adolescente morta porque acreditavam que, por ela ser usuária de drogas, o seu sangue tinha gosto ruim. "Eles chegaram a lamber o sangue, mas acharam o gosto ruim e não beberam o sangue dela", disse Nancy, fazendo o gesto da lambida. Ezequiel já havia negado todas as acusações mas, ao ver sua namorada confessar e o acusar, limitou-se a dizer que só falaria na presença de seu advogado.
Cautela - O delegado Neyvaldo diz haver certeza quanto à participação do quarteto no crime. Contudo, embora admita que a execução teve peculiaridades que podem ser de um ritual de vampirismo ou satânico, se mostra cauteloso em relação aos sinais de magia negra praticada no crime. "Vamos esperar os laudos do IML para podermos confirmar se houve mesmo vampirismo. Devem sair na sexta-feira", diz. O que as investigações já mostraram é que a vítima foi atraída pela adolescente, com quem queria ter relacionamento, a ir ao cemitério para ter relações sexuais, e lá foi assassinada pelo trio. A motivação do crime ainda não está totalmente clara, mas a suspeita é que tenha a ver com a aversão de Ezequiel a homossexuais. "Não tenho ódio (de homossexuais), mas não gosto. Prefiro não andar com gays se não vão achar que eu sou também porque quem se mete com porco, farelo come", confessou o acusado, após ser preso.
Blogueiro ajudou a desvendar o crime
As investigações comandadas pelo titular da Divisão de Homicídios, delegado Eduardo Rollo, apontam que Ezequiel Abreu Calado, de 19 anos, de apelido "Bloody" (Sanguinário), junto com um casal de adolescentes, de 15 e 16 anos, teria participado do ritual, que incluiu mordida no braço da vítima, pancada na cabeça com uma cruz e a tentativa de beber o sangue da menina. A gravação de uma conversa entre Ezequiel, que é o líder de um grupo gótico paraense, o "Dark", e o dono de um blog sobre o tema, que mora em Porto Alegre (RS) e terá a identidade preservada, foi peça-chave para desvendar o crime. Os três suspeitos de autoria do homicídio e mais a jovem Nancy Danielly da Silva Amorim, de 19 anos, que também teria tido participação no crime, foram apanhados na tarde de ontem pela polícia.
A gravação teria sido feita na última segunda-feira,16, pelo blogueiro gaúcho. A conversa entre ele e Ezequiel foi pela internet, via Skype, e o gaúcho utilizou caixas de som que foram aproximadas do computador para fazer a gravação. Durante o bate-papo, que dura cerca de 12 minutos, o líder do grupo gótico "Dark", de Belém, conta com detalhes como ele e os outros dois adolescentes mataram a adolescente (ver páginas 46 e 47 desta edição). Demonstrando frieza e nenhum sentimento de arrependimento, Ezequiel afirma que "foi fácil" matar a jovem e que a mordeu no braço e desferiu um soco na testa dela, que chegou a deixar sua mão inchada. Além disso, ri ao contar que desferiu um golpe na cabeça dela, usando uma cruz. Ao final da gravação, o jovem também ameaça matar a diretora Ângela Pantoja, da escola em que estuda (Escola Maria Luiza Nunes, no Bengui), e outros dois jovens.
Corpo foi encontrado no dia 21 de julho
O corpo da adolescente de 16 anos foi encontrado dentro de uma cova, no cemitério do Bengui no dia 21 de julho deste ano. Laudo do Instituto Médico Legal comprovou que ela morreu por asfixia mecânica, estrangulamento. Outra certeza dos peritos responsáveis pelo caso é que a moça foi morta dentro do cemitério do Bengui, onde foi encontrada, em vez de ter sido levada para lá já sem vida. A asfixia mecânica foi feita em cima da lápide; de lá, ela foi arrastada e jogada em uma cova. Isso quer dizer que todos os golpes que desfiguraram o rosto da vítima não a mataram: ou foram dados depois, já sem vida; ou foram insuficientes para o óbito.
No dia em que o corpo foi encontrado no cemitério, os peritos recolheram do local duas pulseiras e um cordão. Além disso, colheram amostras do cabelo da moça e do cabelo que ela segurava em uma das mãos. Um exame vai atestar se é dela mesma ou de outra pessoa.
De acordo com a Polícia Civil e com parentes, no dia 20 de julho, a garota havia saído de casa por volta das 19 horas, para ir a um culto da Igreja do Evangelho Quadrangular, no Bengui. Após a reunião, ela foi só até a casa da prima, no mesmo bairro, e de lá iria para a casa de uma colega. No meio do caminho, contudo, a adolescente desapareceu.
Grupo reuniria pelo menos sete membros
De acordo com o delegado Eduardo Rollo, levantamentos policiais apontam que pelo menos sete jovens teriam envolvimento direto com o grupo. Todos andam vestidos de roupas pretas e usam os cabelos bem pretos, com uma pequena mecha loira (ou branca), em cima da testa. "Até para a escola, na qual existe uniforme, eles vão vestidos de preto. Mas, na última quarta-feira, 10, a diretora os proibiu de ir vestidos de preto", disse o delegado, que tem tido contato direto com a escola e comunidade.
Segundo o delegado Neyvaldo Costa, titular da Diretoria de Polícia Especializada (DPE), a polícia já havia ouvido os quatro suspeitos em depoimento porque eles haviam sido vistos em companhia da vítima, no dia em que ela desapareceu de casa (20 de julho deste ano). Mas, na ocasião, teriam negado qualquer envolvimento com o fato. "Eles criaram um álibi entre eles, alegando que estavam em outros locais, no dia e hora em que a adolescente foi executada no cemitério do Bengui", disse o delegado. "Por essa razão, estávamos intensificando as investigações até conseguirmos indícios e provas para pedirmos a prisão preventiva dos suspeitos", explicou o delegado, que com a gravação feita pelo blogueiro gaúcho, juntou aos depoimentos e demais indícios que já havia colhido, e solicitou a prisão temporária dos acusados, o que foi conseguido, por volta das 14 horas de ontem.
As investigações foram iniciadas pela equipe policial da Delegacia do Bengui. Porém, em função dos desdobramentos e da gravidade, o caso foi encaminhado para a Divisão de Homicídios. A partir daí, o delegado Eduardo Rollo e sua equipe reiniciaram as investigações, praticamente do zero. "Inicialmente, trabalhávamos com duas linhas de investigação: crime passional e relação com o tráfico de drogas. Mas, depois, fomos avançando e descobrindo a relação com esse grupo gótico", disse o delegado, se referindo a todas as nuances de relação do crime com vampirismo, magia negra e bruxaria.
Cartas revelam ligação amorosa entre acusada e assassinada
Além da gravação, que possui um diálogo de horror, que fala em matar pessoas em rituais de vampirismo e feitiços, o delegado Eduardo Rollo também possui, no inquérito policial, o depoimento de uma adolescente que teria participado de uma reunião do grupo gótico paraense que planejou o crime. No depoimento, a testemunha conta com detalhes como tudo foi planejado e a motivação do crime. De acordo com ela, a vítima teria sido morta porque seria homossexual e estaria apaixonada ou mesmo tendo um relacionamento amoroso com a adolescente, de 16 anos, apreendida ontem pela polícia. Ocorre que a menina apanhada pela polícia é ex-namorada de Ezequiel, o que teria despertado a ira dele e do grupo, que resolveu executá-la. A vítima teria enviado várias cartas de amor à adolescente apreendida, declarando que ela era "o seu amor, a sua vida". As cartas, que eram enviadas quase diariamente, foram apreendidas pela polícia.
Bebê - O trecho mais assustador do depoimento da testemunha revela que o adolescente de 15 anos apreendido ontem teria ameaçado beber o sangue do irmão da adolescente de 16 anos (também apreendida), um menino de menos de 1 ano de idade. Em determinado trecho do depoimento, a testemunha conta à polícia que o adolescente teria dito que "ia beber seu (do bebê) sangue porque o sangue de criança é melhor e é puro". A declaração atribuída ao adolescente apreendido teria a intenção de ameaçá-la a fazer parte do grupo gótico.
Colaboração -O delegado Eduardo Rollo destacou que as investigações foram feitas com o máximo de sigilo e que ele e sua equipe passaram todos os dias - desde a ocorrência do crime - indo até o Bengui para colher mais informações. Por essa razão, quando os jornais Amazônia e O LIBERAL" tomaram conhecimento do caso, através de um telefonema do blogueiro, na última sexta-feira, 13, o delegado solicitou sigilo das informações até que a polícia conseguisse mandados judiciais contra os principais acusados.
Internauta conta que paraenses diziam ser vampiros de verdade
O jovem gaúcho que fez a gravação de diálogo com Ezequiel pela internet ligou para a redação dos jornais Amazônia e O LIBERAL na última sexta-feira, 13, e contou que havia recebido em seu blog, depoimentos de três jovens paraenses, que se intitulavam "vampiros reais". Ele contou que participava de um jogo de RPG, cujo tema era "Vampiros: a máscara do Brasil", que reunia apenas gaúchos, até que os paraenses entraram. "Eles me chamaram a atenção porque eram de outro Estado e não falavam coisa com coisa, dizendo que eram vampiros de verdade, falando coisas de satanismo", disse o jovem.
Aparentando estar assustado com os relatos, o blogueiro disse que, inicialmente, fez amizade com os três. Eles trocaram endereços de Msn e Orkut e conversaram várias vezes pelo Skype. Em todos esses meios eletrônicos, os jovens teriam contado, com detalhes, como haviam matado a adolescente no cemitério do Bengui. "Eu disse que eles estavam mentindo, que não eram vampiros de verdade, então, eles me contaram essa história para tentar me provar", destacou.
O jogador de RPG, acabou se tornando a peça-chave para desvendar o crime, ao gravar, no dia 16, a conversa com Ezequiel, líder do grupo e um dos presos . A gravação foi enviada por e-mail e, segundo ele, estaria na íntegra. Parte do diálogo está sendo publicado nas páginas 46 e 47 desta edição.
A gravação também foi encaminhada, no mesmo dia, à polícia e ajudou os policiais a conseguir que a justiça expedisse os mandados de prisão temporária contra os suspeitos. A polícia, agora pedirá a prisão preventiva dos acusados, que estão detidos à disposição da Justiça.liacarsam.blogspot.com

sábado, 26 de fevereiro de 2011

ALICE



ALICE

CAPITULO I

“Você consegue, você consegue...”
Era a única coisa coerente que se passava pela minha cabeça enquanto eu embarcava naquele vôo,com destino certo o mais longe de São Paulo que poderia naquele momento.
Eu sei que os problemas nos acompanham, mas o cenário não, e isso já me era suficiente no momento.
Meu nome é Alice, tenho vinte e três anos e morava em São Paulo quando tudo aconteceu.
Quando tinha 17 anos conheci Mauro,minha paixão.aos dezoito anos decidi morar com Mauro,não pensávamos em casamento,mentalmente éramos muitos parecidos,ser “namoridos” estava bom pra nós,mas acima de tudo éramos loucos um pelo outro.
Tínhamos um casal de amigos: Renato e Carolina,Carol estudava  engenharia comigo na USP,ela é uma amiga de todas as horas e nos últimos tempos,mais que ombro amigo.Carol é uma pessoa extremante extrovertida,contagiante  e muito linda,atrai a atenção por onde passa,com seus 1,75 de altura,cabelos loiros,lisos que se estendia por toda a sua costa,com olhos de esmeralda e um sorriso cativante,já Renato era um verdadeiro Will Smith,um negro lindo e atraente,porém muito reservado.
Mauro ultimamente andava com novos amigos depois de sua promoção.ele é um excelente fotógrafo mais foi promovido a chefe de redação.apesar de trabalhar como fotografo,ele era formado em jornalismo.
Ah,como era lindo o Mauro,moreno claro,1,80 de altura,corpo de atleta,olhos verdes,era um verdadeiro “deus grego” de tão bonito.nos encaixávamos muito bem,apesar de eu ter apenas 1,60 de altura.as vezes me perdia em pensamentos eróticos ao olhar para o meu monumento de desejo.em um belo dia,vi Mauro com um cigarro preto,diferente,fiquei preocupada com aquela cena,ta certo,ele era fumante,mas de cigarros comuns.ao interpelá-lo sobre o assunto,disse que era um cigarro como qualquer outro,que não precisava de tanto assombro,que eu estava sendo idiota por fazer tal cena.
No dia seguinte falei com Carol,ela achou estranho Mauro ter uma reação daquela,logo comigo,que era sempre tão carinhoso,”que chegava a ser muito pegajoso”,Carol sempre dizia.
Dias se passaram,não voltei a tocar no assunto,porem,aconteceu algo muito  pior,Mauro saiu para o trabalho e não voltou para casa,fiquei louca,ele nunca havia dormido fora antes,a cada minuto passava por minha cabeça as piores atrocidades,ligava para o se u celular e só dava fora de área.pela manhã fui a uma delegacia e fiz um B.O(BOLETIM DE OCORRENCIA) por desaparecimento e voltei para casa.lá já estava Renato,tão preocupado quanto eu,Carol tinha ido pra universidade,tinha apresentação de um trabalho e eu não podia deixar que ela se prejudicasse com tudo que estava acontecendo.Renato era muito calado, mas naquele momento,tentava me acalmar,por fim,Carol chegou no fim da tarde e me consolava.Os policiais foram me fazer algumas perguntas,mas logo foram embora.Carol e Renato em casa comigo nesse dia,não queriam me deixar sozinha.isso era sexta-feira,Mauro tinha desaparecido numa quinta.No sábado,a policia voltou a entrar em contato comigo e me informou que o cartão de credito dele foi usado numa loja no Rio de Janeiro,ótimo,pensei,então já havia uma pista de onde ele supostamente estaria e logo decidi ir pro Rio,mas ao chegar no aeroporto,não havia passagem nas próximas 6hrs,eram 11 hrs da noite,resolvi comprar as passagens,logo Carol ia comigo,não queria me deixar sozinha nem por um minuto.decidimos voltar e esperar em casa a hora do vôo,por sorte,meu apartamento ficava perto do aeroporto,quando cheguei em casa,dormi,pois estava no meu limite,passei da hora e acordei as 7hrs do domingo,fiquei nervosa por saber que nosso vôo tinha partido as 5hrs da manhã sem agente,quase enlouqueci a Carol pôr não ter me acordado,em fim,fui me arrumar,e quando sai pela porta do quarto,fiquei chocada ao ver Mauro lindo a me sorrir,será que estou louca,que já vejo ate miragem,pensei,tamanho meu espanto.
-Ah,Mauro!!-suspirei aliviada.
Mauro,é você mesmo,meu amor?
-Sim,sou eu Alice.-disse sorrindo despreocupadamente.
-Mas...o que...o que aconteceu,onde você estava,o que te fizeram?-perguntei,tropeçando nas palavras.
-Estava viajando pro Rio de Janeiro com alguns amigos!
-Mas você não me disse nada,não me avisou,não atendeu aos meus telefonemas!
-Alice,não tenho nenhuma obrigação de lhe dizer onde ando e o que faço!
As palavras não faziam sentido algum pra mim,ele dizia coisas absurdas,foi tão gentil com seu sorriso e tão bruto ao falar,que me deixou por um breve momento em estado de choque.Fiquei fitando-o com um olhar de surpresa,não mais de preocupação,as palavras por um breve momento sumiram.
Mauro entrou no quarto,tomou banho e deitou-se como se nada tivesse acontecido.sem saber o que fazer ou dizer,fui ate a sala igual um zumbi e com vergonha de mim mesma ao olhar Carol tão chocada quanto eu,sem entender o que fora tudo aquilo,ela não me perguntou nada,apenas saiu,sabia que eu precisava ficar sozinha,continuei paralisada,fiquei no sofá durante horas ate ele acordar para termos a conversa.em fim ele acordou,foi almoçar,continuei na sala  pensando o que falaria pra ele,lógico que somos namorados,ou melhor,namoridos,então porque ele disse que não deveria me explicar toda aquela loucura?as perguntas fervilhavam na minha cabeça.
Derrepente,me levantei,fui ate ele e como uma louca despejei tudo o que pensava,que ele me deixou preocupada com o que poderia ter acontecido,não foi justo ele ta se divertindo,e e eu pondo o mundo atrás de noticia,que não éramos casados mas se éramos namorados e morávamos juntos ele tinha sim que me dizer que ele sairia e não voltaria nos próximos dias.
-Mauro,eu fiz um B.O. você não tem idéia de como me deixou, e você com a maior cara- de- pau diz que não me deve explicação?!-falava tentando conter o nó que começava a se formara em minha garganta.-Acha que não tenho direitos de saber o que andas fazendo,eu te amar não significa nada pra você?você quis morar comigo r diz isso,você vale menos do que eu pudesse  se quer imaginar!Mauro,pelo amor de Deus,o que você fez,me diz!-disse já sem conter as lagrimas.
-Alice,você é o amor da minha vida.
_Nossa,você tem um jeito estranho de amar!-conclui em meio a dor.
Eu o fitei com cautela e vi em seus braços varias picadas de agulhas,seu olhar seguiu o meu e disse:-Será que você entende isso?
Continuei a olhar sem entender realmente o que ele estava dizendo.Mauro,olhou para o céu,como que quem pede forças para Deus,passou as mãos nos cabelos e começou:
-Alice...já faz....já faz algum tempo que me viciei em drogas,você não concorda nem que eu fume um cigarro comum e sei que não deixaria usar aqui,me perdoa se te deixei aflita,mas isso é mais forte que tudo que eu pudesse desejar,e o desejo por isso ficou incontrolável,mas o pior de tudo...é que descobri que estou com Aids,por isso que fugi de você,você não precisa de mim com uma praga dessas.quando eu entrei aqui e te vi,olhei você como se tivesse vendo um anjo,eu queria pegar minhas coisas e iro mais longe que pudesse sem lhe revelar a verdade.Alice,em uma das vezes que eu usava a maldita droga,compartilhei a mesma seringa,foi apenas uma vez,mas foi o suficiente pra me contaminar.já faz um ano que isso aconteceu,mas só agora que descobri.Você lembra  que nunca quis fazer os exames de rotina do meu trabalho?
-Lembro Mauro,você sempre me disse que era uma bobagem.-falei mecanicamente.
-Pois é,terça-feira fui fazer o bendito do exame,graças a Deus que eu fui fazê-lo,ficou pronto na quarta todos os meus exames,trouxe para casa mas só na quinta pela manhã eu os abri,e...quando vi o resultado do exame de sangue...ai Alice quase enfartei,desejei morrer naquele momento,não sabia o que fazer.Somente com a roupa do corpo resolvi ir pro Rio e ver meu colega com quem compartilhei a seringa e quando cheguei,qual grande foi minha surpresa ao saber  que Breno tinha morrido a 5 meses.Eu fiquei louco,me droguei como nunca e depois percebi,quando acordei que você podia ter contraído essa desgraça de Aids,mesmo nos sempre usando camisinha por imposição sua,talvez você pudesse ter contraído,essa possibilidade me fez ter forças para parar de usar aquilo e então ,fui em uma loja,comprei roupas novas,pois as minhas estavam horríveis,e tava criando coragem pra voltar para casa,é isso!-concluiu Mauro,afundando as mãos no rosto e curvando as costas.eu olhava Mauro,e estado de choque com aquela revelação,com ódio dele,pena,medo,eu não tinha organizado meus pensamentos com todo aquele turbilhão de informações.
-Alice,Alice,diz alguma coisa!Me soque,mas não fique desse jeito,meu amor,me perdoe,você não merece tudo isso,se eu pudesse voltar ao passado jamais tinha compartilhado a droga da seringa,meu amor!-ele falava e me sacudia levemente,sua voz era distante como se tivéssemos em dimensões diferentes.-Alice,pelo o amor de Deus,diz algo,você ta entendendo o que eu estou dizendo?responde por favor!-Mauro dizia com lagrimas nos olhos.        
Em fim,eu estava olhando Mauro desesperado na minha frente e disse:-Hoje é domingo,os laboratórios não funcionam.-me levantei e fui ate a janela.
Mauro me olhou surpreso com a resposta a seus apelos.ele veio ate mim e eu disse:-Acho que seja um poço remota essa possibilidade de eu esta infectada,pois tenho tanto medo de ser mãe que nunca cogitei a idéia de deixar de usar camisinha,mas amanha faço esse exame.-me virei para encará-lo devagar e perguntei:-Como você esta Mauro?Qual é sua real situação?-assumi uma posição diante do fato que nem eu mesma achei ser capaz.
-Mesmo com todos os tratamentos que existem hoje,é impossível que eu escape do inevitável,da morte.No Rio,antes de me drogar feito um louco,fui a um infectologista e expliquei minha situação,de minha fragilidade com remédios e mostrei meus exames e o medico foi claro:a Aids pra mim,é o fim.Pois os remédios me dariam a chance de uma vida quase normal,mas como eu era altamente alérgico com relação aos remédios,a morte seria inevitável,que eu tenho no Maximo 1 ano.Alice,você...você pode ir embora se quiser,ou eu posso ir,você não precisa me perdoar,você não tem culpa.
Foi a ultima coisa que Mauro me disse,então sai,ao pisar na calçada,senti o vento frio varrendo as folhas e jogando meu cabelo de encontro ao meu rosto,só ai me dei conta que não estava usando nenhum casaco,porem prossegui,fui ate uma clinica e a atendente disse que era possível realizar um teste mesmo no domingo,tendo em vista a ocasião.foi muito rápido e ficou confirmado minhas suspeitas:eu não havia contraído a doença,e depois de vagar sem destino pelas ruas do bairro,percebi que já era noite.meu celular tinha varias chamadas não atendidas,eram de Carol,Renato e a grande maioria de Mauro.Voltei pra casa e sem dizer nada,joguei meu exame nas mãos de Mauro e fui tomar banho,já no banheiro,tive uma crise de choro ao me dar conta da realidade:Mauro ia morrer,e tentei me recompor,sai do banheiro falando muitos palavrões,Mauro ficou muito assustado com meu estado e eu dizia muitos impropérios:maldita droga,maldita droga,repetia sem parar,então o abracei como se quisesse com um abraço apagar tudo,mas a realidade era pura e complicada.Sem medo do que poderia acontecer,quis como nunca fazer amor com ele,com medo apenas do futuro,eu sabia acima de tudo que num futuro próximo ele não estaria mais comigo,e isso me deu forças para querê-lo mais que tudo naquele momento.
-Alice,pare,por favor,você ta ficando louca,não podemos fazer isso,é loucura,pare!-dizia Mauro com desespero.
Eu não dei ouvidos pra ele e tirei a toalha do corpo e me joguei de corpo e alma nos braços dele,dizendo que não me importava,queria morrer com ele,mas a camisinha iria me deter,em fim ele entendeu meu recado e fizemos amor com tanta paixão que tudo o que  pensei era que só era possível amar aquele idiota,que trocou a vida linda e promissora por uma maldita droga,que havia mudado nossas vidas para sempre de uma forma irrevogável.

Continua...